Quando eu era pequenino (e adolescente), os táxis eram pretos e verde-alface. Feios como poucos. Nessa altura (em pequenino) fui a Londres pela primeira vez, tendo ficado fascinado com os táxis deles: eram grandes, espaçosos, confortáveis e originais. Os nossos, pelo contrário, eram pretos e verdes alface, velhos, malcheirosos e fumarentos. Uma espécie de fogareiros mal-cheirosos. Os taxistas londrinos eram corteses, suportavam o nosso inglês de praia com uma paciência infinita e quando se pedia para ir de Buckingham até Oxford Street não nos davam uma visita guiada até Wembley. Os nossos taxistas eram uma espécie de fogareiros mal-cheirosos, que tentavam sempre oferecer-nos uma visita guiada aos Jerónimos durante o percurso Portela-Moscavide.
Agora que cresci um bocadito (pouco), continuo a achar nossos taxistas mal-educados, desonestos na sua maioria e... uma espécie de fogareiros mal-cheirosos. Mas sinto falta dos táxis preto e verde-alface. É certo que não é das combinações de cores mais felizes, mas eram originais, viam-se a três quarteirões de distância e eram uma particularidade nossa, diferente de todos os outros países. Os nova-iorquinos têm os Yellow Cab, os londrinos o típico táxi fora de moda e nós tínhamos os fogareiros pretos e verde-alface.
Creme? Quem é que se lembrou de pintar os táxis de creme?
Deve ser a cor mais idiota para pintar um táxi: é neutra, não se distingue da massa de trânsito em circulação numa cidade e ainda por cima é feio como o raio. Além de que é tão original como o bife com batatas.
Não podemos ter os fogareiros pretos e verde alface outra vez?
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