December 16, 2006

got milk?

Quando eu era miúdo o leite vinha em garrafas. De vidro. Com uma tampinha em folha de alumínio. Aquilo que acontecia era, invariavelmente, a tampinha entrar pelo bocal da garrafa numa posição que tornava impossível calcular a trajectória do leite quando se servisse, ou a garrafa estatelar-se no chão, desfazendo-se em milheres de gotas de leite e pedaços de vidro que faziam as donas de casa vociferarem como um marinheiro experiente.
Uns tempos depois a UCAL teve uma ideia de génio: pirâmides de plástico mole que faziam com que qualquer tentativa para beber leite se tornasse numa perfeita representação em miniatura do Ol' Faithful.
Hoje em dia temos os paralelipípedos da Vigor e quejandos, com uma tampinha de plástico que, quando se desenrosca, revela um bocal tapado e uma argolinha para o destapar. Com o pormenor, claro, da dita argolinha ser demasiado frágil para suportar qualquer puxão ficando na mão do desesperado consumidor de sumo-de-vaca.

As empresas leiteiras têm uma imaginação formidável: quarenta anos e várias gerações de consumidores completamente doidos de raiva.

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