September 06, 2005

só ares

Ainda estou para perceber as verdadeiras razões da candidatura de Mário Soares à presidência. Não é, como foi afirmado, por razões de união e para TODOS os portugueses. Esta é daquelas afirmações asininas que os políticos adoram mas que são impossíveis no mundo real: nunca se é "por todos e para todos" porque é impossível agradar a todos, sejam quadrantes políticos, pessoas ou mexilhões. Além disso Soares afirmou (na SIC Notícias, creio) que uma das razões para a sua candidatura era para impedir que as eleições se tornassem num "plebiscito", por não haver candidatos capazes de derrotar Cavaco. Além do disparate (costumeiro) gramatical, pois plebiscito significa apenas "voto do eleitorado sobre proposta que lhe é apresentada", esta afirmação demonstra que um dos objectivos da candidatura é derrotar Cavaco Silva e, por consequência, os seus apoiantes - que são parte do "todos".

Mas, para além disto tem de haver outras razões.
Será a vontade de estar de novo na ribalta, garantindo um putativo lugar na História do século XX? Este lugar estará provavelmente garantido, para o bem nos períodos '74/'76 e durante o seu primeiro mandato enquanto Presidente, e para o mal nos períodos enquanto ocupou o lugar de primeiro-ministro e durante o seu segundo mandato na presidência.
Será uma tentativa de controlar novamente o "seu" partido, não permitindo assim que, em vida, surjam novos líderes que enfraqueçam a sua influência ou que o tornem apenas uma "figura de referência" e lhe reservem um lugar na prateleira?

Será senilidade?

1 comment:

Sergio Barroso said...

No minimo é senilidade. No máximo é muito pior.