há países assim...

Num período curtíssimo morreram três personalidades de vulto da sociedade portuguesa: Eugénio de Andrade, Álvaro Cunhal e Vasco Gonçalves. A ordem pela qual os apresento não é aleatória, alfabética ou cronológica, mas sim de importância pessoal, propositada. Outros terão outra ordem e não tenho nada a ver com isso.

Mas já tenho a ver com a importância que o meu Governo dá às personalidades. Entre um grande poeta, um político anti-democrático e um péssimo primeiro-ministro, o meu Governo decide homenagear o político, declarando um dia de luto nacional, em vez da figura de Estado ou do poeta.
Qual será o critério? Pelos anos de resistência anti-fascista? Houve muitos outros, anónimos ou não, que passaram pelo mesmo; pelo período pós-revolucionário, onde quase fomos atirados para uma ditadura neo-estalinista pela mão do homenageado? Ou porque agradará mais à esquerda dentro e fora do PS?

Seja qual fôr o critério, por muito válido que seja - apesar de não me ocorrer nenhum - é triste ver qual o lugar da cultura, e da projecção internacional que esta dá, na cabeça dos nossos governantezitos.